1. Introdução
A redação para concurso público é, para muitos candidatos, um dos maiores desafios do processo seletivo. Mais do que escrever bem, é preciso demonstrar clareza, objetividade, argumentação sólida e domínio da norma culta da língua portuguesa — tudo isso dentro de um tempo limitado e sob pressão.
Diferente das questões objetivas, a redação exige preparo constante e estratégias específicas para se destacar.
Seja você iniciante ou alguém que já tentou concursos antes, entender a estrutura da redação, saber interpretar a proposta corretamente e evitar os erros mais comuns pode ser o diferencial entre ser eliminado ou garantir sua vaga.
Neste artigo, você vai encontrar um guia prático com dicas organizadas passo a passo para alcançar o sucesso na fase de redação nos Concursos Públicos
Nesse artigo….
2. Leia e Compreenda a Proposta
Antes mesmo de começar a escrever, o primeiro passo — e um dos mais importantes — é ler com atenção a proposta de redação.
Muitos candidatos perdem pontos (ou são eliminados) por fugirem do tema ou escreverem em um gênero textual diferente do solicitado.
Por isso, é essencial interpretar corretamente o que a banca está pedindo.
Como interpretar corretamente o tema proposto
A proposta de redação geralmente traz um tema central acompanhado de textos de apoio. Seu papel é analisar esse material com atenção, identificar o problema principal a ser discutido e construir um texto coerente com base nisso.
Dicas práticas:
- Leia todos os textos de apoio com calma.
- Grife palavras-chave e ideias recorrentes.
- Pergunte a si mesmo: Qual questão central está sendo levantada aqui?
- Evite copiar trechos dos textos de apoio — eles são inspiração, não parte da redação.
Exemplo prático:
Se o tema for “Os desafios da inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho”, seu foco deve ser discutir os obstáculos enfrentados e possíveis soluções, e não falar genericamente sobre trabalho ou deficiência.
Identifique o gênero textual exigido
A maioria dos concursos exige uma redação dissertativo-argumentativa, mas é fundamental verificar o que está sendo solicitado explicitamente na proposta.
- Dissertativo-argumentativo: exige a apresentação de um ponto de vista e argumentação lógica.
- Narrativo, descritivo ou carta: aparecem em concursos específicos e exigem características próprias (narrador, descrição sensorial, estrutura de carta etc.).

3. Tipos de Redação em Concursos
Embora a maioria dos concursos públicos exijam a produção de um texto dissertativo-argumentativo, é fundamental conhecer os diferentes tipos de redação que existem.
Cada gênero textual possui uma estrutura própria, uma finalidade específica e características linguísticas distintas.
Entender essas diferenças não apenas evita erros como a fuga ao tema, mas também ajuda o candidato a se adaptar caso a banca proponha uma abordagem menos comum.
Texto Descritivo
O Texto Descritivo tem como principal objetivo construir uma imagem mental daquilo que está sendo descrito.
Ele não apresenta uma sequência de ações, mas sim uma fotografia detalhada de pessoas, objetos, ambientes ou situações. Essa descrição pode ser física, quando foca na aparência, ou psicológica, quando explora o interior e as emoções de alguém.
Além disso, pode ser objetiva, sem interferência do autor, ou subjetiva, quando há presença clara de um ponto de vista pessoal. O texto descritivo pode ainda ser estático ou dinâmico, dependendo da presença ou ausência de movimento na cena retratada.
Nesse tipo de redação, os adjetivos ganham protagonismo, pois ajudam a compor essa imagem rica em detalhes.
Texto Narrativo
O texto narrativo se diferencia por relatar acontecimentos, reais ou fictícios, situados no tempo. Como exemplo desse tipo de texto, podemos citar os diários, autobiografias, romances, contos, etc.
Ele é marcado pela presença de personagens, um ambiente, uma sequência de ações e um narrador, que pode participar da história ou apenas observá-la.
A narrativa sempre envolve algum tipo de transformação ou conflito, o que exige uma progressão temporal clara, ou seja, haverá um antes, um durante e um depois dos fatos relatados.
Por esse motivo, os verbos aparecem com destaque nesse tipo de texto, já que são eles que indicam as ações e movimentam a história.
Texto Dissertativo
Dissertativo-Argumentativo
Nos concursos públicos, o tipo de redação mais frequentemente exigido é o texto dissertativo-argumentativo.
Esse gênero se caracteriza por apresentar uma tese — isto é, uma opinião clara sobre determinado tema — que será defendida ao longo do texto com o apoio de argumentos bem estruturados, dados, exemplos e raciocínio lógico.
A intenção principal é convencer o leitor da validade daquele ponto de vista. Por lidar com temas atuais, sociais ou políticos, esse tipo de redação muitas vezes envolve questões polêmicas e exige que o candidato tome uma posição crítica, sem ser superficial ou tendencioso.
Mais do que demonstrar conhecimento, é preciso articular ideias de forma coesa, coerente e fundamentada, respeitando sempre a norma culta da língua portuguesa.
Dissertativo-Expositivo
O texto dissertativo de caráter expositivo tem como principal finalidade apresentar, desenvolver e explicar um determinado assunto de forma clara, objetiva e imparcial.
Seu foco está na transmissão de informações, e não na defesa de um ponto de vista, como ocorre no texto dissertativo-argumentativo. Nesse tipo de texto, o autor assume uma postura neutra, evitando emitir opiniões pessoais ou julgamentos de valor.
A intenção é esclarecer o leitor sobre um tema específico, organizando os dados e conceitos de maneira lógica e coerente.
Para isso, o texto dissertativo-expositivo costuma ser estruturado com uma introdução, onde o assunto é apresentado; um desenvolvimento, que detalha e aprofunda as informações com base em dados, definições, classificações, comparações ou exemplos; e uma conclusão, que retoma os pontos principais sem necessariamente defender uma posição.
Esse tipo de texto é muito utilizado em contextos acadêmicos, jornalísticos e educacionais, como em livros didáticos, artigos informativos, verbetes enciclopédicos e manuais.
Seu objetivo é facilitar a compreensão do leitor, promovendo o conhecimento sobre temas variados por meio de uma linguagem precisa, acessível e organizada.

Conhecer esses três tipos de redação — descritiva, narrativa e dissertativa — é essencial para quem deseja se preparar de forma completa.
Ainda que o foco maior seja o texto dissertativo-argumentativo, compreender as particularidades de cada gênero é uma maneira de desenvolver mais sensibilidade na leitura da proposta e, assim, evitar deslizes que possam comprometer sua nota.
4. Estrutura de uma Redação para Concurso Público
A dissertação é um tipo de texto que tem como finalidade analisar, interpretar ou discutir uma ideia a partir de um ponto de vista bem definido.
Ela exige do candidato não apenas domínio da norma culta, mas também capacidade de raciocínio lógico, clareza na exposição e organização coerente dos argumentos.
Ao contrário da narração, em que há uma sequência temporal de eventos, o texto dissertativo se estrutura em torno do desenvolvimento de um raciocínio, muitas vezes desvinculado do tempo e do espaço.
Esse gênero textual é dividido em três partes fundamentais: introdução, desenvolvimento e conclusão. Cada uma delas tem uma função específica dentro do texto e precisa estar bem construída para que a redação atinja seu objetivo comunicativo.
A introdução é a porta de entrada do texto e deve apresentar de forma clara a ideia principal que será defendida. É nesse momento que o autor delimita o tema, aponta seu recorte e indica a tese — ou seja, a opinião que sustentará ao longo da redação.
Além de situar o leitor no assunto, a introdução deve servir como um guia para o restante do texto, mostrando, mesmo que de forma implícita, o caminho que será seguido nos parágrafos seguintes.
Em seguida, vem o desenvolvimento, que constitui o corpo da dissertação. Aqui, o autor precisa justificar sua tese com argumentos consistentes.
Isso pode ser feito por meio de dados, exemplos, comparações, causas e consequências, explicações conceituais, citações ou outras estratégias argumentativas.
A quantidade de parágrafos no desenvolvimento pode variar, mas todos devem manter uma progressão lógica, aprofundando a discussão e demonstrando domínio sobre o tema.
É importante que os parágrafos estejam bem conectados e que cada um traga uma ideia central relacionada à tese apresentada na introdução.
Por fim, temos a conclusão, que retoma o ponto de vista defendido e sintetiza os principais argumentos usados ao longo do texto.
É o momento de reafirmar a tese de forma mais convincente, já que ela foi sustentada por uma argumentação sólida.
Em muitos concursos, espera-se também que a conclusão traga uma proposta de intervenção ou encaminhamento para a questão discutida, especialmente quando o tema envolve problemas sociais ou coletivos.
Além dessa estrutura formal, alguns elementos são indispensáveis para a qualidade do texto dissertativo-argumentativo.
A coerência entre as ideias é essencial para garantir a compreensão do leitor. O texto também deve manter fidelidade ao tema proposto, evitando desvios ou generalizações excessivas.
A linguagem deve ser objetiva, clara e impessoal, evitando ambiguidades, repetições e o uso da primeira pessoa. O vocabulário precisa ser adequado ao contexto formal, sem recorrer a termos coloquiais ou gírias.
Construir um bom texto dissertativo exige, portanto, planejamento, organização e prática constante.
Compreender bem sua estrutura é o primeiro passo para alcançar uma redação coesa, argumentativa e eficaz — exatamente o que as bancas examinadoras esperam de um candidato bem preparado.
Além disso, é fundamental manter a impessoalidade no discurso, evitando o uso da primeira pessoa do singular, como “eu acho” ou “na minha opinião”.
Para garantir a correta grafia e o uso adequado das palavras na língua portuguesa, é interessante consultar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), publicado pela Academia Brasileira de Letras.
A argumentação deve parecer fundamentada em fatos e lógica, e não em impressões pessoais, o que confere maior credibilidade ao texto.
Essa postura demonstra maturidade na escrita e domínio do estilo exigido em contextos formais, como o de um concurso público.

5. Como Começar a Redação
Estratégias para iniciar com clareza e apresentar bem a tese
Iniciar uma redação dissertativa pode parecer desafiador, especialmente porque é nesse momento que se define o tom do texto e se tenta capturar a atenção do leitor.
Uma boa introdução deve contextualizar o tema, apresentar a tese e, se possível, envolver quem lê. Para isso, é fundamental adotar estratégias eficazes e evitar improvisações.
Estratégias de Introdução
a) Alusão histórica
Fazer uma breve referência a fatos históricos é uma maneira interessante de introduzir o tema, situando-o dentro de uma linha do tempo e mostrando que não é um problema isolado ou recente. Expressões como:
- “O debate em torno do tema já se fazia presente desde…”
- “Historicamente, observamos que…”
permitem construir essa ponte entre passado e presente, despertando o interesse e evidenciando um repertório sociocultural consistente.
b) Uso de citações
Outra estratégia eficiente é iniciar com uma citação de efeito. Frases de pensadores, filósofos, escritores ou até trechos da Constituição podem enriquecer a introdução, desde que estejam alinhadas ao tema abordado. Citações genéricas, como:
- “Segundo a Constituição Federal de 1988…”
- “Para Zygmunt Bauman, ‘não são as crises que mudam o mundo, e sim nossa reação a elas’”, funcionam bem, desde que façam sentido dentro do contexto e conduzem naturalmente à tese do autor.
Estrutura da Introdução
A introdução deve ser objetiva e organizada. Nela, é necessário:
- Apresentar o tema com clareza, contextualizando-o brevemente;
- Apontar a relevância da discussão, com dados ou referências atuais, sem se estender em detalhes;
- Expor a tese, ou seja, o posicionamento que será defendido ao longo do texto.
Opcionalmente, uma pergunta retórica pode ser utilizada no final da introdução para instigar a reflexão e criar expectativa sobre o desenvolvimento.
Como começar o desenvolvimento
O desenvolvimento é a parte do texto onde se expõem os argumentos. Para iniciar essa etapa de forma eficiente:
- Elabore um esboço com os principais pontos que serão discutidos, organizando-os em uma sequência lógica;
- Inicie cada parágrafo com uma frase que o conecte ao anterior, garantindo coesão e progressão temática;
- Apresente um argumento por parágrafo, acompanhado de exemplos, dados, fatos ou citações, sempre relacionados à tese;
- Considere incluir pontos de vista contrários, desde que sejam refutados com argumentos consistentes, o que demonstra maturidade intelectual.
Evite repetir ideias ou palavras. A variedade vocabular enriquece o texto e evita a monotonia. Após escrever, revise o desenvolvimento para assegurar clareza, coesão e coerência.
Como iniciar a conclusão
A conclusão é o momento de retomar a tese, sintetizar os argumentos apresentados e, quando possível, propor uma solução ou reflexão final. Para isso:
- Reafirme, de forma clara, o ponto de vista defendido;
- Faça uma síntese dos principais argumentos, sem repetir literalmente o que já foi dito;
- Amplie a discussão, conectando o tema a um contexto maior ou propondo alternativas viáveis e coerentes com a realidade social;
- Evite apresentar novas ideias. A conclusão deve apenas reforçar e finalizar a argumentação, não iniciar novos debates.
Começar bem uma redação é meio caminho andado para alcançar uma boa avaliação. Com prática, planejamento e estratégias bem aplicadas, a introdução torna-se um aliado poderoso para conduzir o leitor de forma clara, lógica e envolvente até o fim do texto.
6. Redação Organizada: Dicas de Estruturação
Uma redação bem organizada é aquela que apresenta clareza na exposição das ideias, fluidez na leitura e estrutura lógica ao longo de todo o texto.
Isso é crucial em concursos públicos, onde o avaliador tem pouco tempo para julgar o desempenho do candidato e valoriza textos objetivos, bem encadeados e coesos.
A seguir, destacam-se pontos essenciais para garantir essa organização:
Distribuição dos Argumentos
A distribuição dos argumentos deve seguir uma progressão lógica. Cada parágrafo precisa abordar uma ideia central, que esteja diretamente relacionada à tese apresentada na introdução.
- Introdução: apresenta o tema e a tese (posicionamento do autor).
- Primeiro parágrafo do desenvolvimento: expõe o primeiro argumento com exemplos, dados ou citações.
- Segundo parágrafo do desenvolvimento: traz o segundo argumento, preferencialmente com uma abordagem complementar ou contrastante.
- Conclusão: retoma a tese e, se for o caso, apresenta uma proposta de intervenção (nos temas que exigem solução).
Evite misturar muitos pontos no mesmo parágrafo. Um texto bem distribuído facilita a compreensão e demonstra domínio do raciocínio lógico, algo valorizado pelas bancas examinadoras.
Uso de Conectores
Conectores são elementos fundamentais para a coesão textual, pois garantem a continuidade e a relação entre as ideias. Eles podem indicar causa, consequência, contraste, conclusão, adição, entre outros.
Veja alguns exemplos práticos:
- Adição: além disso, também, da mesma forma, ainda mais…
- Contraste: no entanto, entretanto, por outro lado, apesar disso…
- Causa e consequência: porque, pois, por isso, logo, assim…
- Conclusão: portanto, em resumo, dessa forma, em síntese…
Utilizá-los corretamente evita rupturas na lógica textual e proporciona uma leitura mais fluida e agradável.
Paragrafação Estratégica
A paragrafação adequada dá ritmo e clareza ao texto. Cada parágrafo deve conter:
- Unidade temática: uma única ideia central por parágrafo;
- Coerência interna: as frases devem se conectar entre si;
- Tamanho equilibrado: nem parágrafos muito curtos (o que empobrece o desenvolvimento), nem excessivamente longos (o que dificulta a leitura).
Uma boa dica é planejar a redação em torno de quatro a cinco parágrafos, com cerca de cinco a sete linhas cada (dependendo do espaço disponível na prova). Essa distribuição é visualmente confortável e valoriza a argumentação.
Resumo prático do que fazer:
- Planeje previamente os argumentos antes de começar a escrever;
- Use conectores para ligar ideias e parágrafos;
- Mantenha parágrafos bem definidos, com começo, meio e fim;
- Evite “bloquinhos de texto” soltos ou quebras bruscas de sentido.
7. Coerência e Coesão
Escrever bem não é apenas colocar ideias no papel, mas fazer com que essas ideias estejam conectadas entre si de forma lógica e harmônica. É aí que entram dois pilares fundamentais da redação: coesão e coerência.
Coesão: a “costura” do texto
A coesão diz respeito à ligação entre as partes do texto, aquilo que une frases, períodos e parágrafos, garantindo fluidez. Podemos pensar nela como a estrutura invisível que conecta uma ideia à outra, permitindo que o leitor acompanhe o raciocínio sem tropeços.
Para garantir uma boa coesão, o uso consciente de certos recursos linguísticos é essencial. Veja alguns dos principais mecanismos:
- Referência anafórica: retoma um termo já mencionado. Exemplo: Dolores era única. Ela sabia do seu poder e o usava com confiança.
- Referência catafórica: antecipa uma ideia que será explicada depois. Exemplo: Este é o segredo do sucesso: disciplina.
- Coesão lexical: uso de sinônimos ou expressões equivalentes para evitar repetições. Isso mostra riqueza de vocabulário e melhora o ritmo da leitura.
- Elipse e zeugma: omissão de termos facilmente identificáveis no contexto. Exemplo: O marechal seguia confiante. (Ele) Sabia que teria apoio.
- Conectivos variados: preposições, conjunções, pronomes e advérbios ajudam a articular ideias e indicar relações como causa, contraste, finalidade etc.
- Nominalizações e retomadas por verbos: transformar verbos em substantivos (ou vice-versa) pode auxiliar na coesão. Exemplo: O testemunho foi inválido. Testemunhar não adiantaria.
- Epítetos, metonímias e termos-síntese: também ajudam na construção de um texto coeso ao retomarem informações de forma estilizada ou generalizada.
- Repetição estratégica e numerais: repetir nomes próprios ou utilizar números pode facilitar a referência e reforçar a progressão textual.
Todos esses recursos servem para evitar rupturas no encadeamento das ideias, garantindo que o leitor compreenda a mensagem sem esforço.
Coerência: a lógica interna do texto
Já a coerência está ligada à consistência do conteúdo. Um texto coerente apresenta ideias que fazem sentido entre si e respeitam o contexto em que estão inseridas. Isso inclui evitar contradições, manter a unidade temática e seguir um raciocínio lógico do início ao fim.
Ela pode ser observada em três níveis principais:
- Coerência semântica: diz respeito ao significado das palavras e frases. Frases absurdas ou ilógicas prejudicam a compreensão. Exemplo inadequado: “Executar um problema complexo exige coragem.”
- Coerência sintática: refere-se à forma como a estrutura gramatical contribui para a clareza do texto. O uso adequado de pronomes, tempos verbais e estruturas frasais é crucial.
- Coerência estilística: trata do tom e do nível de linguagem. Em textos dissertativos para concursos, o estilo deve ser claro, direto e impessoal, evitando informalidades ou floreios excessivos.
A união das duas
Coesão e coerência trabalham lado a lado. Um texto pode estar bem “amarrado” (coeso), mas ainda assim ser incoerente se suas ideias forem desconexas ou ilógicas. Da mesma forma, uma redação com bons argumentos pode falhar se as ligações entre os parágrafos não forem bem construídas.
Por isso, além de revisar o conteúdo e os argumentos, é fundamental analisar como essas ideias estão organizadas e conectadas. Um texto claro, bem articulado e coerente transmite profissionalismo, mostra domínio da linguagem e certamente se destaca em concursos públicos.

Conclusão
A redação em concursos públicos é muito mais do que uma simples exigência: é uma oportunidade de demonstrar domínio da linguagem, capacidade de organização de ideias e senso crítico.
Neste primeiro artigo, abordamos os fundamentos indispensáveis para quem deseja escrever bem desde o início da prova.
Você aprendeu a importância de compreender a proposta, reconhecer o tipo textual exigido, montar a estrutura básica da redação e iniciar com estratégias claras e objetivas.
Além disso, exploramos como distribuir os argumentos com lógica e utilizar conectores para criar um texto coeso e coerente — elementos que conferem fluidez e qualidade à escrita.
Esses conhecimentos são o alicerce para uma redação sólida e bem avaliada. Ao aplicá-los com regularidade, você estará mais preparado para desenvolver textos seguros, claros e dentro dos critérios exigidos pelas bancas.
Para aprofundar ainda mais seu domínio da língua portuguesa, que é essencial para o sucesso em qualquer concurso público, recomendo a leitura do nosso artigo “A Importância da Língua Portuguesa para o Sucesso em Concursos Públicos”, onde abordamos estratégias para aprimorar seu conhecimento linguístico e garantir um desempenho diferenciado.
No próximo artigo, vamos continuar essa jornada com orientações práticas sobre clareza, objetividade, domínio da gramática, revisão, repertório e muito mais.
FAQ
1. Por que a redação é tão importante em concursos públicos?
A redação costuma ser eliminatória e classificatória. Além disso, demonstra habilidades essenciais para cargos públicos: clareza, organização de ideias, domínio da norma culta e senso crítico.
2. Qual é o tipo de redação mais comum em concursos?
O texto dissertativo-argumentativo é o mais exigido. Ele requer uma opinião clara (tese), argumentação lógica e uma estrutura organizada em introdução, desenvolvimento e conclusão.
3. Posso ser eliminado, caso faça a redação no gênero textual errado?
Sim. Fugir ao gênero solicitado ou ao tema proposto pode levar à nota zero. Por isso, interpretar corretamente a proposta é fundamental.
4. O que devo fazer primeiro ao receber a proposta de redação?
Ler com atenção os textos de apoio, grifar palavras-chave, identificar o tema central e compreender qual gênero textual está sendo solicitado.
5. Como saber se o tema exige opinião (tese)?
Se o gênero exigido for dissertativo-argumentativo, você precisa expressar uma opinião clara e defendê-la ao longo do texto. Em textos expositivos, o foco é informar, não opinar.
6. Qual é a estrutura de uma redação para Concurso Público?
Introdução: apresenta o tema e a tese.
Desenvolvimento: desenvolve os argumentos (um por parágrafo).
Conclusão: retoma a tese e, se for o caso, propõe uma solução.
7. Posso usar a primeira pessoa do singular na redação?
Não. A redação deve ser impessoal e objetiva. Evite expressões como “eu acho” ou “na minha opinião”.
8. Como começar a redação de forma interessante?
Você pode usar alusão histórica, citação pertinente ou uma pergunta retórica, desde que conectadas ao tema e seguidas da tese.
9. Quantos parágrafos deve ter a redação?
O ideal é trabalhar com quatro a cinco parágrafos, equilibrando qualidade com clareza. Cada parágrafo deve ter uma ideia central bem desenvolvida.
10. O que são coesão e coerência?
Coesão: ligação entre frases e parágrafos (uso de conectores, pronomes, sinônimos etc.).
Coerência: lógica interna do texto (sem contradições ou ideias desconexas).
11. O que são conectores e por que usá-los?
Conectores são palavras ou expressões que ligam ideias e garantem fluidez ao texto. Exemplos: portanto, entretanto, além disso, assim, logo.
12. Como posso evitar repetir palavras?
Use sinônimos, pronomes, expressões equivalentes e nominalizações. Isso enriquece o vocabulário e melhora a leitura.
13. Posso usar frases prontas ou decoradas?
Citações são válidas, desde que pertinentes e bem encaixadas. Frases genéricas ou “de efeito” sem relação com o tema devem ser evitadas.
14. É obrigatório propor solução na conclusão?
Depende da banca e do tema. Se a proposta envolver um problema social, espera-se uma proposta de intervenção viável e coerente.
15. Como treinar redação para concurso?
Pratique com temas de concursos anteriores.
Faça rascunhos e revise com atenção.
Leia boas redações e estude sua estrutura.
Busque feedback profissional sempre que possível.